Promotores da Vida

  • Início
  • Iniciativas
    • Promova a Vida
    • Eleições 2014
  • Agenda
  • Artigos
  • Notícias
  • Videoteca
  • Arquivos

Destaques:

Destaques
  • Anencefalia
  • Aborto
  • Cultura da morte
  • Gênero
  • Firmes na Brecha
Facebook
Twitter
Youtube
  • Início
  • Notícias
  • A ideologia da teoria de gênero e a "Caritas in Veritate" (2)
  • Imprimir
  • E-mail
Terça, 12 Outubro 2010 11:20

A ideologia da teoria de gênero e a "Caritas in Veritate" (2)

ROMA, segunda-feira, 11 de outubro de 2010 (ZENIT.org) - Se na ideologia da teoria do gênero é dito que cada um constrói e inventa suas normas, o que diz a Caritas in Veritate a respeito? Trata-se de um tema que monsenhor Anatrella discutiu em julho, numa palestra aos bispos do continente africano.

Tony Anatrella é psicanalista e especialista em psiquiatria social. Consultor do Conselho Pontifício para a Família e do Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde, é também membro da Comissão Internacional de Investigação sobre Medjugorje da Congregação para a Doutrina da Fé. Ele leciona em Paris, no IPC e no Collège des Bernardins.

ZENIT: Se na ideologia da teoria do gênero é dito que cada um constrói e inventa suas normas, o que a Caritas in Veritate diz a respeito?

Monsenhor Tony Anatrella: Estamos em plena ilusão narcisista de acreditar que o homem cria a si mesmo e é sua própria referência. É o pecado do espírito por excelência, o pecado original ainda em ação.

NaCaritas in Veritate, o Santo Padre questiona, segundo suas palavras, sobre a ideologia tecnocrática que cria sistemas de compreensão do homem e de organização da sociedade pouco realistas e contrários tanto às necessidades humanas como ao bem comum.

É por isso que o Papa, em sua encíclica, se resguarda contra "a utopia duma humanidade reconduzida ao estado originário da natureza", que é uma forma de "separar o progresso da sua apreciação moral e, consequentemente, da nossa responsabilidade" (n. 14). Por trás desta noção de "uma humanidade reconduzida ao estado originário" se revela o desejo de desconstruir as relações econômicas em nome da sociedade de mercado, mas também os conceitos de homem e mulher, casais, matrimônio, família e criação dos filhos. A verdade do homem se encontraria assim então na indiferenciação para serem iguais, na liberação de todos os modelos e de todas as representações, elaborados pelo processo da civilização, concebidos como super-estruturas que frustram os desejos primários e as exigências circunstanciais.

Neste sentido, o Papa disse, o homem já não se concebe como um dom oferecido a si mesmo com uma ontologia que lhe é própria, mas como um ser que se cria e se forma sozinho. Odesenvolvimento humano, longe de ser uma vocação que vem de um chamado transcendental, e que portanto tem um significado, frequentemente se apresenta por meio da ideia de que o homem deve dar sentido a si mesmo. Contudo, destaca Bento XVI, "é incapaz por si mesmo de atribuir-se o próprio significado último" (n. 16). Voltando à Populorum Progressio, diz: "não há, portanto, verdadeiro humanismo senão o aberto ao Absoluto, reconhecendo uma vocação que exprime a ideia exacta do que é a vida humana". Do contrário, o homem pensará somente olhando a si próprio, sem outro tipo de relação que não seu próprio narcisismo e vaidade, uma visão que caracteriza o espírito pagão das sociedades ocidentais, impregnadas de noções egoístas. Os construtores de ilusões, nas palavras de João Paulo II (n. 17), " fundam sempre as próprias propostas na negação da dimensão transcendente do desenvolvimento, seguros de o terem inteiramente à sua disposição. Esta falsa segurança converte-se em fraqueza, porque implica a sujeição do homem, reduzido à categoria de meio para o desenvolvimento, enquanto a humildade de quem acolhe uma vocação se transforma em verdadeira autonomia, porque torna a pessoa livre" (n. 17). Em outras palavras, se o sujeito humano desenvolve uma personalidade particular, no sentido psicológico do termo, já não é seu ser que serve de base para seu desenvolvimento pessoal e social. O homem se faz livre, independente e vigoroso quando reconhece a origem de seu ser. Nesta perspectiva, a fé cristã é uma liberação porque Cristo revela sua verdade no alfa e omega. Uma "verdade que liberta" (Jo 8, 36-38), e esta verdade permite se inscrever num desenvolvimento constante, que é outra coisa diferente que nos construirmos, disse Bento XVI.

Mas esta verdade está longe de ser aceita como um dom recebido. A verdade é considerada como um produto humano, quando é, no melhor dos casos, o resultado de uma descoberta ou uma recepção (n. 34). É assim que "o amor na verdade põe o homem na surpreendente experiência do dom" (n. 34). O homem cultiva uma má fé para não reconhecer este fato, e se retira até a autosuficiência, até uma verdade conveniente. Ele quer lutar contra o mal com suas próprias forças e em nome das leis democráticas que fabrica. Tenta ignorar o sentido do pecado e do mal que ferem o homem, acreditando erradicá-lo com leis civis que tantas vezes não fazem mais que fortalecê-lo. O homem moderno, diz o Papa, quer que coincida o bem-estar material e social com a saúde ou ainda a felicidade. Na tentativa de salvar a si próprio, não só se perde, mas ainda fica cada vez mais na depressão, por ser incapaz de encontrar a fonte de seu ser.

ZENIT: A ideologia do gênero teria tomado lugar de outras ideologias mortas?

Monsenhor Tony Anatrella: Temos de levar em conta que as organizações internacionais, as Nações Unidas, a Comissão Europeia e o Parlamento de Estrasburgo impõem esta nova ideologia na ignorância dos cidadãos. Temos dado muitas palestras sobre este tema na França e no exterior, e o público fica surpreendido ao constatar que estas ideias são filtradas insidiosamente nas leis civis, nos meios de comunicação, nas séries de televisão, no ensino médio e na Universidade. Os meios de comunicação franceses louvaram, de forma demagógica e sem sentido crítico, a criação de uma Cátedra sobre Gênero, em Ciências Políticas, em Paris, na primavera de 2010, quando esta ideologia contamina a educação e as representações sociais já há anos. Como sempre, a ideologia de "moda" de uma época não pode suportar a crítica, como nos anos 1950-1960 estava na moda nos círculos chamados intelectuais não criticar o marxismo, mas honrá-lo em todas as disciplinas. A maioria dos estudos universitários foi impregnada dele.

A ideologia do gênero agora passa por meio de leis que têm por objetivo criar a realidade social. Este é ocavalo de Troia e é demasiadamente tarde quando se descobre. Os africanos querem ser vigilantes sobre o tema, e sua visão me impressionou durante minha estada na África. Eles podem nos dar lições de realidade e de pensamento.

O ocidente deveria ser mais humilde e modesto em relação aos africanos, do contrário, corremos o risco de minar nossa credibilidade de vê-los estabelecer colaboração com outros países e outros horizontes culturais. As democracias, dado que estão nesta lógica de que estamos na era dos grupos de pressão e dos informes compostos ideologicamente de antemão, em muitos organismos internacionais e europeus, criam leis (tecnocráticas) em nome de simples ajustes técnicos, como o ministro da Justiça disse na França em 1999, de modo que abraçam inicialmente uma concepção da vida e alteram o sentido da realidade. Este é o sentido do que passou com a instituição do matrimônio. O marxismo queria inventar um novo homem, o nazismo, um homem puro, e a teoria de gênero, um homem liberado da diferença sexual: os homens e as mulheres são intercambiáveis em nome do falso valor da paridade sexual, e as orientações sexuais poderiam ser origem do casal e da família. Como não ver que o niilismo e o revisionismo das realidades mais importantes estão trabalhando?

(Anita S. Bourdin)

Fonte: Zenit

Tweet
Mais Notícias: Bento XVI presta homenagem às mulheres católicas Palavra do Pastor: Um Sírio e um Samaritano são curados da lepra e recebem o dom da fé
Entre para postar comentários
^

Tags

Aborto Amor Anencefalia Bioética Casamento castidade Concepção defesa da vida Eutanásia Família Matrimônio papa francisco papa joao paulo ii Promotores da Vida semana da vida 2013 Sexo Sexualidade STF Vida Vida humana

Mais acessados

  • Manhã de reflexão para médicos discute o tema fé e razão

    em Notícias
  • Firmes na Brecha (texto completo)

    em Artigos
  • Estatuto
  • Agenda
  • Contato
Produzido por Desenvolvido por Trídia Criação