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Terça, 08 Mai 2012 16:16

'Nunca pensei em desistir', diz mãe do DF que teve quatro abortos

Vítima de hipertensão, mulher perdeu filha aos oito meses de gravidez.
'É uma ferida que abre de tempos em tempos', afirma engenheira civil.

Prestes a celebrar o 13º dia das mães depois do nascimento de Samuel, a engenheira civil Suelene de Almeida, de 49 anos, não titubeia em dizer que o filho é a maior realização da vida dela. O adolescente nasceu em 16 de junho de 1998, na quinta tentativa da família. Com histórico de hipertensão, ela perdeu os quatro bebês anteriores.

O primeiro aborto ocorreu quando ela tinha 32 anos. Aos oito meses de uma gestação tranquila e com o enxoval pronto, a engenheira ouviu do médico que a filha havia morrido no dia anterior. O corpo da criança foi enviado para um laboratório, que não apontou nenhuma causa para a morte.

suelenefrase“Acho que pai nenhum pensa que vai enterrar um filho. A gente acaba se enchendo de culpa. Nessa situação, durante a gravidez, pensa que não se cuidou direito, que podia ter feito algo de diferente”, diz. “Com o tempo a gente vai aprendendo a lidar, mas é uma ferida que abre de tempos em tempos. Outro filho, acompanhar o crescimento, não substitui, mas de alguma forma alivia. A gente deixa de sofrer pelo que não teve e passa a agradecer o que tem.”
Na época, Suelene começou a fazer terapia e contou com o apoio do marido e de familiares para superar a situação. “Parecia que tinha virado moda abandonar crianças. Uma mulher jogou no rio, teve outro bebê encontrado em uma lata de lixo. E eu me perguntava: por que elas que não queriam tiveram e eu que queria tanto não tinha?”

Após um ano, a engenheira engravidou de novo, desta vez de um menino. A criança morreu aos quatro meses de gestação. O médico era o mesmo e não explicou direito o que havia acontecido. “Ele não deixou muito claro. Disse que minha pressão oscilava, brincava de gangorra. Ao mesmo tempo que subia, caía. E com isso era como se o cordão umbilical fosse apertado e o bebê tivesse ficado sem oxigênio.”

Sem sentir segurança no médico, Suelene buscou a ajuda de outros profissionais. Após dois abortos aos dois meses de gestação, ela engravidou de Samuel e enfrentou uma rotina de consultas semanais com três especialistas e exames a cada 15 dias. “A gente estava sempre com o coração na mão, pensando que ele poderia morrer, poderíamos perder a criança”, diz.

sueleneNo sétimo mês de gravidez, a engenheira sofreu alterações na pressão e teve de ficar uma semana de repouso em casa. Depois, o médico decidiu interná-la por um mês para esperar que o pulmão e outros órgãos do bebê fossem formados. Ela tomava cerca de 10 comprimidos todas as manhãs, além de fazer exames e receber visitas do cardiologista e do ginecologista três vezes por dia.

O menino nasceu pouco antes de um jogo do Brasil durante a Copa de 98. “Depois o médico me falou que quando entrou no quarto e me viu, olhou para a minha mãe e abaixou a cabeça sem saber o que dizer. Na hora de me mandar para a sala de parto, ele tinha certeza que eu não sobreviveria. Eu tive Síndrome de Hellp [considerada uma variação de pré-eclâmpsia, distúrbio que provoca a elevação da pressão arterial durante a gestação].”

Segundo Suelene, o nascimento do filho trouxe sensação de vitória. Ela lembra de entrar no quarto do menino para checar se o garoto estava respirando. O primeiro aniversário, conta, começou a ser preparado com cinco meses de antecedência. A festa aconteceu em uma chácara, com três mesas de doces, tudo – inclusive as embalagens dos quitutes – preparado em casa.

“Tenho a impressão de que [ser mãe] deve ser o sonho de praticamente toda mulher. O Samuel foi um presente de Deus para mim, porque foram muitas tentativas, foram muitas as decepções, até chegar a esse ponto”, afirma. “Nesse tipo de coisa, engravidar, perder, a gente não sabe até que ponto a gente está acertando, errando. E no fim a gente vai descobrir que o erro não é da gente.”

Até os 12 anos do garoto, a engenheira decidiu trabalhar apenas durante meio período para poder acompanhar cada passo do filho. Ela diz que optou por não tentar ter outro bebê após o médico afirmar que seria uma gravidez de risco. “[Ele falou:] Hoje, se você quiser engravidar de novo, eu estou aqui com você. Mas a possibilidade de o Samuel ficar sem mãe é de 99%.”

De acordo com Suelene, a maior dificuldade enfrentada durante os três anos entre a primeira gestação e o nascimento do filho era não ter com quem conversar a respeito dos abortos. “As pessoas não sabiam como abordar. Tinha gente que perguntava porque eu estava sofrendo, se a criança nem tinha nascido”, conta. "Agora, eu gosto de dividir a minha história e assim poder ajudar outras mulheres, dar força para que persistam."

“Nunca pensei em desistir, apesar de tudo. Quando a menina faleceu, a impressão que eu tinha era de que eu levantava e deitava porque eu tinha que levantar e deitar, porque eu não tinha força de fazer nada. Mas desistir, desistir, eu nunca desisti. Hoje eu vejo as meninas de 17 anos e eu fico pensando como seria se ela estivesse aí, o que estaria fazendo, e muitas coisas. Então é muito difícil.“

Fonte: G1 - DF

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